sábado, 5 de janeiro de 2013
O problema do Sporting, ou o que lhe quiserem chamar, é bem mais que um problema futebolístico. É um problema da modernidade, do mundo dos dias de hoje. O Sporting, o único de Portugal, é isso mesmo, o reflexo de um país em crise, que apesar de já ter sido o rosto com que se fita a Europa, é agora, quem sabe, também uma vítima de todo um sistema do Mundo moderno.
Este é cada vez mais o tempo em que se investe na formação, mas as pessoas brilhantes, os “crânios”,cá dentro, não conseguem assegurar o futuro e, portanto, há que partir para o estrangeiro e aí sim, são bem sucedidos e há quem lhes reconheça o valor. É por isso que a Academia investe na formação, mas depois também deixa os super miúdos partir para outros clubes e aí até já são eleitos os melhores jogadores do Mundo. Se uma comunidade internacional é capaz de gastar milhões de euros em missões secretas para matar homens, mas depois não é capaz de salvar as crianças desses mesmos países da miséria, porque não há-de um pseudo polícia gastar dinheiro em esquemas de espionagem sem se preocupar com os sócios? Se a Merkel e o Sarkozy se juntam, porque não o Godinho aliar-se ao Pinto da Costa? Se há quem já adquira nova nacionalidade para fugir ao fisco, porque não vai o João Moutinho trocar o SCP pelo Porto? No mundo em que vivemos a Guerra move interesses e muito dinheiro, porque vai o futebol ser diferente?
Está tudo trocado, está tudo a caminhar sabe-se lá para onde. As almas estão despidas, mas cheias de preconceitos e maldade. A isto chama-se o quê? Mundo moderno? Futebol Moderno? As pessoas esquecem-se que o “essencial”, para além de “ ser invisível aos olhos”, também não se vende nem se compra. Ou se tem ou não. Ou se procura ser a cada dia melhor, ou então, dia após dia tudo será pior. Tal como o Sporting, porque quando eu julgo que já batemos no fundo e não há nada pior para acontecer, sou surpreendida. A história é feita de homens e dos erros dos mesmos.Eu pensei ter escolhido duas cores diferentes e sentia-me orgulhosa por isso, mas enganei-me, errei. Assim como quando pensei que o Mundo era o sítio ideal para viver.
Resta-me alguma esperança, pouca é certo, de que um dia a humanidade mude e, consequentemente, que o meu Sporting volte ao que era. Às vezes, penso que teria sido melhor viver num outro tempo, onde a verdade e os valores existissem, de facto, e também aí seria possível acreditar em amores sinceros e eternos. Talvez nesse tempo eu tivesse conhecido um outro Sporting, aquele que eu não conheci, mas que ainda assim me apaixonei.
É triste pensar que tudo isto é o início do fim de um grande amor, mas é também sufocante pensar que este é o resultado da modernidade.