quarta-feira, 9 de junho de 2010

"A carta que nunca escrevi..."

Com o tempo fui percebendo que para ser feliz é preciso tê-lo comigo.
Não sei bem como é que tudo começou, mas ainda bem que esse dia chegou. Lembro-me das histórias contadas, passadas de geração em geração. Umas vezes, é certo, eram tempos vitoriosos, outros nem tanto…mas, o que me encantava era a forma como eu ia tendo contacto com este novo amigo. Qualquer pessoa que falasse dele, independentemente do tempo, tinha as palavras mais saborosas de sempre. E o brilho nos olhos, esse sim, cativava-me. Via nele recordações, mas ao mesmo tempo a esperança de inúmeras gerações. Apesar de tão tenra idade tudo aquilo mexia comigo, questionava-me como se podia gostar assim de alguém e tinha em mim a mais profunda vontade de um dia também me juntar àquele grupo de “amigos”.
Nunca poderei apagar da memória os anos com ele vividos. Quem sabe, poderei esquecer alguns momentos por uns tempos, mas mais tarde ou mais cedo eles voltam. Nessa altura, dou conta que não passo sem ele e é ai que vejo que o “agora” vale tanto a pena como o passado.
Este meu amigo, faz esquecer-me das coisas frias e vazias da vida, dá-me momentos únicos de cantorias,mas também de momentos profundos de choradeira. Não, não os levo como algo negativo, muito pelo contrário,faz sentir-nos vivos e com garra para novos caminhos. Aí, por mais pedras que hajam, caminharemos sempre lado a lado com o direito de viver a nossa paixão da maneira única que aprendemos a vivê-la.
Um amigo de muitos anos…de muitos dias, muitas noites. De jornadas e jornadas. De sorrisos convictos e lágrimas. Quantas vezes sofro por ele. Às vezes está mesmo no fundo e ouço vozes gritantes que me dizem para o deixar, que isto não é vida. Mas conseguimos sempre dar a volta. É que por mais fracassos que tenha, este é um amigo respeitado e bastante orgulhoso do seu nome.
Gosto muito dele, eu e milhões. Nunca o deixamos sozinho em casa e apoiamos vivamente.
A mim, como grande amiga cabe-me continuar a ajudá-lo. Farei aquilo que um dia me fizeram. Transmitirei as histórias por mim ouvidas e também as vividas. Nunca nenhuma foto, nenhum vídeo, nenhuma palavra conseguirá descrever as histórias com tanta perfeição quanto aquela que só nós, os verdadeiros sabemos.
Irei ser apologista das crianças vestidas de verde e branco da cabeça aos pés e chupeta na boca. Apoiarei os rapazes que deixam a namorada para trás, porque têm que conviver com este amigo. Admirarei os homens que chegam cansados do trabalho, bolsos vazios, mas que vêm com vontade de calar qualquer um, sem medo.
Sorrirei ao ver os meus amigos velhotes sentados sempre no mesmo lugar, de camisola vestida e rádio na mão, a cerrarem os dentes e a protestar, mas sei que estarão sempre lá.
Garanto-vos, este meu amigo nunca cairá nos campos do esquecimento, porque este meu amigo é o Grande Sporting Clube de Portugal.

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